Cidadãos brasileiros estão correndo risco extremo ao se alistarem para defender exércitos estrangeiros, alerta governo

  • 12/09/2025
(Foto: Reprodução)
Brasileiros estão se alistando em Forças Armadas da Ucrânia Cidadãos brasileiros têm se alistado em forças militares ucranianas, atraídos por salários e indenizações. Isso levou o governo a emitir um alerta sobre o risco extremo que eles estão correndo. A angústia da manicure Cecília Maria Fernandes só aumenta. Ela não sabe se vai poder enterrar o corpo do marido. Em maio, Bruno Fernandes deixou tudo para trás, em Governador Valadares, no leste de Minas, para ser soldado na Ucrânia. Passou dois meses no confronto. Um dia antes de morrer, mandou uma mensagem para a família: "Não é uma despedida, jamais. Não é uma despedida. É só uma mensagem e daqui uns dias estarei de volta. Deus é conosco, fé em Deus sempre”. Uma tradutora que chefiava a equipe do brasileiro na Ucrânia deu a notícia à mulher dele. “Eles disseram que o corpo está onde ele faleceu, que é uma área russa onde ninguém pode ir porque, se for, corre risco de falecer como ele faleceu. Então, eles não podem arriscar. Eles não conseguem recuperar o corpo até então”, conta Cecília Maria Fernandes. Cidadãos brasileiros estão correndo risco extremo ao se alistarem para defender exércitos estrangeiros, alerta governo Jornal Nacional/ Reprodução Os brasileiros que se oferecem a ir para a guerra encontram os chamados em sites das forças de defesa ucranianas e em redes sociais com promessa de altos salários. O Ministério das Relações Exteriores já tem conhecimento de que, pelo menos, dez morreram no conflito e outros 18 estão desaparecidos. O Itamaraty fez uma publicação em que "recomenda fortemente que propostas de trabalho para fins militares sejam recusadas” e reforça que "a assistência consular, nesses casos, pode ser severamente limitada pelos termos dos contratos assinados entre os voluntários e as forças armadas de terceiros países”. A Embaixada da Ucrânia no Brasil declarou que "não recruta cidadãos brasileiros para as Forças Armadas da Ucrânia" e afirmou que "em todos os casos conhecidos, cidadãos brasileiros chegaram à Ucrânia de forma independente e por livre e espontânea vontade”. O irmão do professor Gustavo Walace Ferreira e do João Victor também foi para a guerra, em março, e não voltou. O Gabriel tinha 21 anos, trabalhava em uma empresa de turismo em Belo Horizonte e se alistou no Exército ucraniano sem contar para família. “A gente espera que eles admitam, que o governo ucraniano admita a baixa do meu irmão e que cumpram com as obrigatoriedades em contrato, que eles localizem o corpo do meu irmão e que eles tragam o corpo com meu irmão de volta para o Brasil”, diz Gustavo Walace Ferreira. Cidadãos brasileiros estão correndo risco extremo ao se alistarem para defender exércitos estrangeiros, alerta governo Jornal Nacional/ Reprodução Um site oficial do governo ucraniano divulga que os candidatos podem passar por treinamentos que variam de uma a seis semanas. Alessandro Visacro, especialista em segurança e defesa, diz que a qualificação para combate exige mais tempo de preparo: “Os exércitos ao redor do mundo, ao longo da história, normalmente trabalham com cerca de - pegando uma média geral - um a dois anos de formação. A gente começa a falar de um soldado maduro a partir de quatro anos. Então, não existe nada de positivo de se esperar de um jovem que sai do Brasil em busca de aventura, em busca de um dinheiro. Ele vai ter uma experiência que, muito possivelmente, não vai compensar”. Por medo, um brasileiro prefere não se identificar. Ele é um desertor do Exército ucraniano e diz estar arrependido de ter se alistado para a guerra: “Quando eu cheguei, eu vi que o perigo era real, a possibilidade de voltar para casa com vida era baixíssima. Já vi muitos amigos morrerem, são coisas assustadoras”, conta. LEIA TAMBÉM 'Recrutamento' de brasileiros nas redes sociais para guerra na Ucrânia segue mesmo após mortes e desaparecimentos 'Missão suicida' e 'inferno na terra': os relatos de brasileiros que foram para o combate entre Ucrânia e Rússia 'Não sei se vou poder me despedir do meu filho', diz mãe de brasileiro que morreu na guerra da Ucrânia

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2025/09/12/cidadaos-brasileiros-estao-correndo-risco-extremo-ao-se-alistarem-para-defender-exercitos-estrangeiros-alerta-governo.ghtml


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